terça-feira, 17 de julho de 2007

Será que não estamos numa ditadura?

Nas décadas de 1960 e 1970 o Brasil vivia um período político difícil e, com isso, a cultura fervilhava.
Hoje em dia, com tanta liberdade, há muitos (muitos, MESMO) artistas bons e que vivem no ostracismo ou restritos para poucos.
Há 40 anos os festivais estavam no auge. Os populares ouviam exaustivamente Chico, Caetano, Gil, Mutantes ou artistas chamados "bregas". Mas havia um grande espaço pra coisa boa.
Atualmente, quem faz lotar casas de shows, estádios de futebol e são figurinhas batidas em programas de TV são 'rainhas do axé', 'duplas do Pará', 'duplas de Goiás' (nada contra esses dois estados. Quero deixar isso bastante claro!) e outras manifestações populares "sem luz, sem letra, sem lei e pronta pra queimar", citando música do Skank.
Será que nós só teremos acesso a coisas realmente boas se ficarmos virando a Internet do avesso?
Será que estamos condenados a engolir os "hits" pré-fabricados e com prazo de validade pré-determinados?
Será que não poderemos comprar os discos que queremos ao invés de baixá-los devido aos preços abusivos?
Será que nós somos os culpados?
O que será melhor aceito: a programação da TV Cultura ou TVE (citando apenas esses dois canais de TV aberta) ou 'BBB', novela das 3, 5, 6, 7, 8, 9..., baixaria na TV, fofocas, detalhes da vida das personagens, etc, etc, etc?
Será preferível ir a um espetáculo de Antônio Nóbrega ou ao 'mega-show' no Maracanã?

Ainda bem que sinto poder haver uma mudança nisso tudo, pois mesmo não tendo vivido em época áurea da cultura popular brasileira, tenho acompanhado o 'underground musical' (por pura e simplesmente falta de conhecimento de tal).
Como é bom poder ouvir Roberta Sá, Hamilton de Holanda, Zé Renato, Pedro Luís e A Parede, Lenine, Moska, Mula Manca & A Fabulosa Figura, Ná Ozzetti, Itamar Assumpção, Luiz Tatit e tantos outros representantes de uma música brasileira livre de preconceitos e de paradigmas e que prezam pela qualidade e levante de uma cultura popular perante tanto lixo existente e persistente.

Ao som de É Fácil com Arnaldo Baptista, do disco Lóki? (1974)

Clique abaixo e ouça a música:
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8 comentários:

Unknown disse...

falou e disse!!!
adorei o fervor do post.

E faz o favor de dar uma passadinha no meu blog e me deixar um recado, ok?

thanks

Anônimo disse...

Essa questão da música é complicada. As adversidades sempre fazem brotar genios. Picasso teve seu apice durante a segunda guerra. Nunca a musica brasileira teve viveu uma fase tao fecunda qto a da ditadura. qtos entenderam que Rita não falava de um cara abandonado, mas de alg sem liberdade (eu soube um dia desse..hehe). nunca tivemos tanta liberdade de expressao. mas a musica brasileira, salvo execões, passa por um momento de mediocridate tamanha.

Anônimo disse...

nossa, quanta coisa!
rs
é, o período que deveria ser de maior diversidade musical, dada a liberdade que temos hoje para criar e se expressar, está deixando a desejar...

Unknown disse...

ei!
tudo preparado pra dia 1º???

kkkkkkkkkkkk

vai lah no blog de vez enquando, neh????

xero

Marina Moura disse...

As cricunstâncias ás vezes se confundem com a própria música.
Nos anos 60 era necessário criatividade e inteligência para driblar a ditadura, era um momento em que a ideologia mostrada pela música se fazia necessária.
Hoje há acomodação. Muita, aliás. E a música mais uma vez se confunde com as circunstâncias. Ainda bem que existem excessões!

*Adoro Roberta Sá! Falo dela com poucas pessoas, porque a maioria não conhece.

Marina Moura disse...

Bem, eu fui invadindo aqui...
Mas bem, sempre que puder, eu visito. E o senhor, fique à vontade para ir lá no retrato...
Bem, inspiração é um caso sério mesmo. Espero que a sua volte :)

Unknown disse...

ei filho! Tudo bem com ocê?
Espero que sim. Vê se aparece lah no blog, neh? deixa um recado.

Sê vai pra aula amanhã? Eu num vo naum, provavelmente soh vai ter palestra, sabe como eh... Só vou na segunda! Não vale me chamar de maloqueira!! Falar o obvio eh previsivel demais!

kkkkkkkkkkkk

xerunda

Aline disse...

Essa liberdade limitada é tão ruim quanto uma ditadura repressiva.

Se tivéssemos acesso a produção cultural, o que é muitíssimo diferente de massificação cultural, talvez tivessésmo também uma população crítica, que valorizaria mais as produções nacionais e de algum valor estético e artístico e, por consequencia, apoio a quem produz e divulga cultura popular.

Mas isso é do interesse de quem? De quem lida com a grande mídia?
Com certeza, não!

Essa indústria fonográfica que temos anda cada dia pior.

No entanto, surgem muitas produções boas e ricas. Textos como esse, inclusive, divulgam vários, como os que você citou, que a maioria não conheçe. E alguns eu também não conhecia até ler esse texto.

=)